7 de mai. de 2011

Sou Dona da Minha Alma



Aos aficionados em Virginia Woolf (1882-1941), há um livro biográfico "Sou Dona da Minha Alma: O segredo de Virginia Woolf" (Bertrand Brasil - 2010). Um relato sobre a escritora inglesa onde aprofunda as relações interpessoais principalmente no tocante a Vita, seu verdadeiro amor. A biográfa italiana Nadia Fusini recria os diários de Virginia, as anotações de seus romances, as cartas e os fragmentos de suas memórias, reconstruindo seu passado cheios de detalhes capazes de sentí-los vivos na época.


A partir do momento que conheceu Vita, alguém lhe advertiu: "Vita é uma lésbica, ré confessa, fique atenta; já está de olho em você." Diante da advertência, o que fez Virginia? Não se iludiu: "Esnobe como sou, não saberei resistir a ela." E depois, como e por que resistir a paixões que, no caso de Vita, tinham "o timbre romântico de um vinho ambreado, envelhecido"?

Nadia considera que Vita tinha um verdadeiro deslumbre pela escritora.

De sua parte, Vita, ao escrever a Harold sobre o encontro, declarou ter perdido a cabeça: "Virginia é uma mulher encantadora; sua beleza é espiritual." Como sempre no caso dos verdadeiros sedutores, foi seduzida antes ainda de começar, por sua vez, a sedução, e não via a hora de ceifar o sucesso. Ainda ao marido, confessou: "Estou apaixonada pela Woolf, perdidamente apaixonada. Deixei meu coração com ela."

Segundo a biógrafa, ambas sabiam do risco que corriam. "Virginia vivia como um caruncho no biscoito, quieta; e eis que aparece Vita, e com ela uma felicidade tamanha que até então nunca experimentada por sua intensidade, sua qualidade; uma alegria misturada a seu contrário, um sentimento forte e contraditório, com sensações de prazer que ultrapassavam os limites e beiravam o terror."

Até Leonard, marido de Virginia, apoiava o relacionamento. Chegou a incentivar o primeiro encontro sexual da mulher com Vita. A escritora registrou em seu diário a experiência com a afirmação: "Essas mulheres sáficas, elas sim é que sabem amar as mulheres!".

Nadia considera em Virginia: “Na qualidade de sua escrita se confirmava um quê de assustador e inquietante”... Recomendo a leitura, o livro já está na minha cabeceira. Entender Virginia é compreender que ela buscou viver pela literatura já que os conflitos de sua alma passava-se por constantes abismos.

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